MINHA HISTÓRIA

Nascida em 11 de março de 1962 em Osvaldo Cruz, pelas mãos de um médico apaixonado por basquete, Paula teve uma infância com todos ingredientes necessários para ajudá-la a se tornar uma grande atleta. Seus pais incentivavam muito a prática de esportes e a vida calma de cidade do interior permitia que Paula caminhasse sozinha para o clube, no contra turno da escola, onde despertou sua paixão pelo esporte nas aulas de Educação Física, e passava as tardes vivenciando as atividades esportivas que eram oferecidas, como natação, atletismo, tênis de mesa e xadrez.

A PAIXÃO PELO BASQUETE

Mas foi aos 8 anos, quando viu pela primeira vez uma professora brincando com uma bola de basquete, que seu coração bateu mais forte. Ela se encantou com a dança que aquele grande globo laranja fez no ar até rodar no aro e ser abraçado pela cesta. E não teve dúvida: era aquele o esporte que ela queria praticar.

Alguns anos depois, quando o clube da cidade montou o primeiro time de basquete feminino, Paula tinha apenas 10 anos e era muito nova, pela análise do treinador.

A 1ª OPORTUNIDADE

Todos os dias ela pedia para sua irmã mais velha, Cassia, que jogava no time, falar com o técnico, o professor Ruy Camarinha. Mas o Prof. Ruy achava que Paula era muito pequena e podia se machucar. Até que finalmente, depois de meses, ele foi vencido pela insistência da pequena menina e a deixou entrar em quadra. Ruy não sabia que Paula jogava com os meninos e se impressionou com sua habilidade.

Em algumas semanas de treino, Paula já jogava tão bem – ou até melhor – do que boa parte daquelas meninas muito mais velhas do que ela.

Não é preciso dizer que a partir daí o basquete entrou definitivamente na sua vida.

ASSIS TÊNIS CLUBE

Do time do Clube das Bandeiras em Osvaldo Cruz, Paula recebeu um convite para jogar pelo Assis Tênis Clube, em Assis. Ela tinha apenas 12 anos. Foi uma decisão muito difícil, mas seus pais resolveram apostar em seu talento e Paula saiu de casa para morar com a família do Mirinho, técnico do time. Infelizmente o time acabou, e foi preciso buscar um novo clube para que ela continuasse o excelente trabalho de base realizado pela equipe de Assis.

COLÉGIO DIVINO SALVADOR - JUNDIAÍ

A escolha foi feita pelos seus pais, jogar e estudar eram as prioridades naquele momento e seria uma boa opção o Colégio Divino Salvador, em Jundiaí, que além de ter uma excelente estrutura, o estudo estaria atrelado a vida da estudante/atleta. E foi neste momento ,com apenas catorze anos de idade, que Paula foi convocada pela primeira vez para a seleção brasileira adulta.

UNIMEP – PIRACICABA

Foi em Piracicaba que Paula jogou por mais tempo, o convite despertou interesse por ser um projeto pioneiro no Brasil, juntar a universidade e esporte, e isso fez com que Paula escolhesse seguir para a cidade de Piracicaba. Neste momento o basquete feminino começa a ser reconhecido no Brasil e o nome de Paula conhecido pelo país.

CICA- DIVINO – TINTORETTO (ESPANHA)

Paula volta para Jundiai, para o Divino e com novo patrocinador, mas ao final do campeonato, a jogadora resolveu dar uma guinada na carreira e aceitou a proposta do time espanhol Tintoretto (Madrid). Porém, uma lesão no joelho e uma certa dificuldade de adaptação ao estilo de treino da equipe espanhola colaboraram para que Magic Paula voltasse ao Brasil, em 1991, quando vestiu a camisa do BCN/Piracicaba.

NASCE MAGIC PAULA

O desempenho de Paula nas quadras rendeu-lhe o carinhoso apelido de Magic Paula, dado pelo jornalista esportivo Juarez Araújo. Juarez se encantou com o estilo de Paula durante uma partida da Seleção Brasileira contra a Bulgária, em 1983, no Ibirapuera. Em pouco tempo, o país inteiro adotou o apelido.

PAN-AMERICANO – CUBA (1991)

Finalmente, depois de 15 anos da renovação total do basquete feminino, a geração de Paula e Hortência, conquistam a medalha de ouro, em Havana (Cuba), após já ter conquistado uma medalha de bronze (Caracas -1983) e uma prata (Indianapolis-1987).

PONTE PRETA - CAMPINAS

Em 1993, Paula foi para a Associação Atlética Ponte Preta, em Campinas, pela primeira vez iria defender a camisa de um clube de futebol, foi um momento marcante e foi o clube onde jogou pela primeira vez ao lado de Hortência e conquistou o título mundial de clubes.

Paula volta em 1994 para Piracicaba e neste ano conquista o seu principal título.

CAMPEÃ MUNDIAL – AUSTRÁLIA (1994)

Foi em 1994 que ela conquistou o título inédito do campeonato mundial de seleções, realizado na Austrália, onde a seleção brasileira derrotou os Estados Unidos, na semifinal, por 110 a 107, e a China na partida decisiva, por 96 a 87.

O basquete feminino CAMPEÃO DO MUNDO.

DESPEDIDA EM GRANDE ESTILO: PRATA EM ATLANTA

A história de conquistas de Magic Paula pelo Brasil terminou com uma medalha de prata emblemática durante os jogos Olímpicos de Atlanta. Segunda participação do basquete feminino em uma Olimpíada e uma conquista para marcar uma geração. Em seguida, Paula despediu-se da Seleção Brasileira. Mas continuou a jogar e a colecionar vitórias até o ano 2000, atuando pelo BCN-OSASCO, quando disse adeus às quadras depois de 28 anos.

NOVAS FUNÇÕES

Parar de jogar, no entanto, não significava que Paula se afastaria do esporte. Formada em Educação Física, assim que deixou as quadras, Paula começou a estudar para iniciar sua carreira como gestora esportiva. Logo foi convidada pela Prefeitura de São Paulo para assumir o Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa. Em seguida, foi Secretária Nacional de Esportes de Alto Rendimento por 6 meses.

O PASSE DE MÁGICA

Em 2004, Paula fundou o Instituto Passe de Mágica, uma ONG com o objetivo de desenvolver atividades de esporte educacional, oferecendo a prática lúdica do basquete e diversas atividades complementares a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

O HALL DA FAMA DO BASQUETE FEMININO E FIBA

Em 2006, Paula passa a integrar o Hall da Fama do Basquete Feminino, em Knoxville, nos EUA.

E em 2013, passa a integrar o Hall da Fama da Federação Internacional de Basquete (Fiba), em Genebra (SUI).

"Nenhuma de minhas conquistas seria possível sem meus pais que me encorajaram. Eu tinha o sonho de jogar basquete pelo meu país. Nunca imaginei que um dia eu seria homenageada pela Fiba, a maior entidade do basquete. Gostaria de agradecer minhas companheiras de equipe, meus técnicos e todos do Brasil que me ajudaram e apoiaram", disse a ex-atleta em seu discurso na cerimônia.

TÍTULOS

PELA SELEÇÃO

Jogos Olímpicos
7º lugar em Barcelona (Espanha - 1992)
medalha de prata em Atlanta (EUA - 1996)

Torneio Pré-Olímpico
15º lugar (Bulgária - 1980)
15º lugar (Cuba - 1984)
10º lugar (Malásia e Singapura - 1988)
3º lugar (Espanha - 1992)

Campeonato Mundial
9º lugar (Coréia - 1979)
5º lugar (Brasil - 1983)
11º lugar (URSS - 1986)
10º lugar (Malásia - 1990)
campeã (Austrália - 1994)
4º lugar (Alemanha - 1998)

Copa América – Pré-Mundial
vice-campeã (Brasil – 1989)
vice-campeã (Brasil - 1993)
campeã (Brasil - 1997)

Jogos Pan-Americanos
medalha de bronze em Caracas (Venezuela - 1983)
medalha de prata em Indianápolis (EUA - 1987)
medalha de ouro em Havana (Cuba - 1991)

Campeonato Sul-Americano
vice-campeã (Peru - 1977)
campeã (Bolívia – 1978)
campeã (Peru – 1981)
campeã (Brasil – 1986)
campeã (Chile – 1989)
campeã (Colômbia - 1991)

PELOS CLUBES

Campeonato Mundial
campeã (1993)
vice-campeã (1991, 1994 e 1995)

Campeonato Pan-Americano
bicampeã de clubes (1994 e 1995)

Liga Espanhola
vice-campeã (1989)

Taça Brasil
campeã (1986,1987, 1991 e 1995)

Campeonato Paulista
campeã (1981, 1984, 1985, 1986, 1992, 1993, 1994 e 1996)